ENTREVISTAS

Nome: WILTER PEREIRA VIEIRA
Aniversário: 30 DE SETEMBRO
Nascimento: SÃO GABRIEL   NO RIO GRANDE DO SUL
Residência: .RUA RIO DE JANEIRO,995 PITUBA – VILA MILITAR DE OFICIAIS DA PITUBA - SALVADOR
Formação:  TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA e EDUCAÇÃO FÍSICA
Atividades: OFICIAL DO EXÉRCITO BRASILEIRO E ARBITRO DE XADREZ

Quando foi seu primeiro contato com o xadrez ?
Eu tinha 16 anos, cursava o 3º ano do 2º grau e ficava olhando meus colegas no Colégio Agrícola de Alegrete (RS) jogarem, e de tanto perturbar com perguntas um deles se condoeu e me ensinou os movimentos das peças. Daí pra frente foi tudo na observação dos meus erros e uma ou outra vez que alguém me dava algum macete (dica).
Quando e como foi seu primeiro contato com a FBX ?
Em 2007 Eu estava muito desgostoso com o rumo do Xadrez na Bahia, com a pouca organização, com reclamações dos enxadristas quanto as questões polêmicas que eram decididas por práticos (nada contra os práticos) e cujas decisões eram banalmente discutidas por um ou outro enxadrista, sabe? Não havia a imposição da figura do Arbitro e algumas vezes não havia a aceitação de suas decisões, algo que para mim, Militar, era impensável.
Torneios marcados para iniciar as 14:00 (com encerramento de inscrições as 13:00) em que vários enxadristas se inscreviam as 14:30 ou 14:50 e ainda por telefone, provocando atrazos de até 02 horas.  UM ABSURDO, principalmente depois que inventaram o relógio.
Com a intenção de melhorar o quadro Geral, e com a notícia de que estaria voltando do México, o AI Bento logo após ter arbitrado o torneio de Candidatos e que estaria disponível para a FBX, tomei a frente e Organizei o Curso de Arbitragem e Organização de Xadrez de onde saiu a maioria dos Árbitros que esta atuante hoje na Bahia.
A decisão de me tornar Arbitro foi conseqüência. Precisando dar continuidade ao processo de melhoria das condições do xadrez na Bahia e ainda o fato de que passaria a integrar a Diretoria da FBX a convite de Paixão Barbosa, nada mais natural que especializar-me em Arbitragem, até porque como enxadrista não teria futuro. E assim fui inserido, inicialmente, numa comissão de notáveis do xadrez baiano que visou estabelecer as bases de uma nova e reestruturada Diretoria da FBX e na seqüência, como já disse, compondo a Diretoria encabeçada por Paixão Barbosa no triênio 2008, 2009 e 2010 e agora renovada por mais 03 anos na função de Vice Presidente Executivo.
Analisando este período que esta fazendo parte da diretoria faça um breve resumo sobre estes anos e as conquistas e decepções até agora ?
Aqui há espaço para muita conversa:
Nestes 03 anos houve muitas conquistas, a despeito das investidas de um ou outro companheiro mais afoito em suas análises pessoais, principalmente quanto a minha pessoa, e algumas decepções como seria de se esperar.
Não é novidade para ninguém que a FBX que havia até 2007, precisava de um verdadeiro CHOQUE DE ORDEM. Logo que assumi minhas funções como Secretário da FBX, orientei meus trabalhos no sentido exclusivo de organizar a casa. Neste sentido encontrei MUITA resistência, e algumas vezes inclusive entre meus companheiros de Diretoria. Isso fez com que eu mudasse de estratégia e fosse, como dizem os antigos, comendo o mingau pelas beiradas.
Os trabalhos de organização foram paulatinamente sendo colocados em ação e continuam a ser assim efetivados na atualidade.
Se vocês me perguntarem se eu gosto assim, direi sem pestanejar, que não gosto. Em minha opinião a mudança deveria ser apresentada pronta e completa, e todos, a seu tempo, iriam assimilando as mudanças.
Da forma como fizemos, cada mudança é implementada a medida que a mudança anterior já se encontra vigente e funcionando, por isto que aparenta que temos constantes novidades, que na verdade são apenas etapas de uma mudança maior, que como já disse, preferiria que fosse mais abrupta e radical.
Mas não posso me esquecer que estamos na Bahia e que aqui, neste chão gostoso, as coisas tem o seu ritmo próprio.
Reputo que o maior diferencial de conquistas da FBX atual é, dispor de um mínimo de Organização que nos permite administrar o esporte de uma forma mais profissional, e ainda outras conquistas como os números crescentes de Ratings FIDE, o fato de termos sido o estado brasileiro com maior número de atividades oficiais comparativamente com os anos anteriores, o que nos colocou em um patamar bastante diferenciado de visibilidade por toda a comunidade enxadrística brasileira, bem como nos fez gozar de excelente conceito junto a Diretoria da CBX.
Não diria que possa ter uma ou mais efetivas decepções, mas sim, pequenos inconvenientes que tem me apoquentado, mas que via de regra tem sido muito mais prejudicial ao xadrez baiano do que a minha pessoa mesmo.
O primeiro inconveniente é o fato da pouca adesão dos enxadristas baianos, a FILIAÇÃO na FBX  e a conseqüente COLABORAÇÃO ANUAL que apesar de pequeníssima, ainda encontra resistências.
Fala sério! R$ 30,00 por ano significa R$ 2,50 por mês ou ainda menos de R$ 0,10 por dia, e ainda aparece quem ache que é muito dinheiro pela contrapartida que recebem??????!!!!!
Eu desafio qualquer um a me apontar praticantes de qualquer outro esporte ORGANIZADO, que não tenha atrativo de mídia, e que consigam praticá-lo sem contribuir de alguma forma (principalmente financeira) com as despesas da ORGANIZAÇÃO.
Antes de 2008 acreditava-se que a Bahia tinha mais de 3.600 amantes e praticantes da nobre arte-esporte-ciência, afinal era o que nos fazia crer o FAMOSO (porem furado) Rating Ativo.
Pois bem meus Senhores. Esta idéia esta desmentida. Não passamos de 800 e ainda grande parte destes 800 são Adolescentes ou Jovens. Não que isso seja mau, mas é bom saber com o que e com quem podemos contar, e não uma estimativa enganosa como a que nos era apresentada até aquele ano de 2008.
Bem meus Amigos. Este é mesmo um lamentável inconveniente.
Sendo assim buscamos outras formas de financiar nossa cachaça. Os Cofres Públicos! Eles estão por ai, abarrotados de dinheiro, e disponível para qualquer ONG (a FBX é uma ONG) que esteja em condições de recebê-lo (a FBX não esta!) Paixão Barbosa tem sido incansável na busca desta documentação que é exigida, e que, pasmem, a FBX já teve, e que perdeu simplesmente porque não foi feita uma simples solicitação de prorrogação de validade que deveria ser feita de 02 em 02 anos e outros casos todos os anos, e ai perdemos a indicação. Trata-se do Documento de Entidade de Utilidade Pública Nacional, Estadual e Municipal. E assim vocês tem o meu 2º inconveniente, a falta de documentação mínima, para acessar os gordos cofres governamentais.
E diria que percebo um terceiro inconveniente, que é o fato de que entre estes menos de 800 amantes da nobre arte-esporte-ciência, não encontremos número suficiente de companheiros que se disponham a compor uma Diretoria com o seu mínimo de Cargos previstos em Estatuto. Mas não apenas emprestar o nome para publicação. Digo compor, no sentido real da palavra, ou seja chegar junto, assumir, arregaçar as mangas e labutar pelo xadrez baiano.
Pois é isto.
Qual é a estrutura da Federação?
Estrutura física, NENHUMA. Estrutura material, Temos 15 relógios eletrônicos da marca Saitek Pró Competition, que foram gentilmente doados (novos) por um Filiado, uns 06 blocos de 100 folhas de planilhas, uns 08 blocos de 50 folhas duplas de recibos, 01 tabuleiro mural magnético com peças, cerca de 300 livros de xadrez (doações), e uma armário pequeno de aço. Estrutura Pessoal vocês podem consultar no site na aba Diretoria – Componentes.
Quais são os planos futuros?
Chegar a 20.000 filiados todos quitando suas anuidades, pontualmente no mês de janeiro de cada ano (o que nos permitiria criar e manter um cronograma de atividades administrativas, o que hoje é impensável Como vamos nos programar para as despesas de novembro se não temos a menor idéia do que poderemos dispor no momento certo? Agora se todos pagarem sua taxa anual em janeiro....). Obter toda a documentação que habilita a FBX a buscar recursos públicos, Adquirir um excepcional terreno em Salvador e Construir uma senhora sede com tudo o que temos direito, isto tudo enquanto fazemos fortíssimos e belíssimos eventos enxadrísticos tanto de amplitude Internacional, passando pelos Nacionais e chegando até os Estaduais e Regionais.
Como está o xadrez em Bahia?
Muito aquém do seu potencial.
Qual a importância dos clubes para o crescimento do xadrez?
A participação dos Clubes é imprescindível para o sucesso de nosso trabalho. Julgo que não havendo a adesão dos clubes, dificilmente teremos algum avanço ou crescimento. No momento em que todos os Diretores de Clubes arregaçarem as mangas juntos com a FBX, teremos 50 % de garantia de sucesso. Os outros 50 % ficam por conta dos filiados.
E pela arbitragem, o que o motivou a se aperfeiçoar nesse campo?
Acho que já falei sobre isso na Pergunta sobre o meu 1º contato com a FBX lá em cima.
Quais os passos que alguém teria de seguir para pleitear o título de árbitro nacional e internacional? Quantos AIs existem hoje o Brasil?
O Regulamento de Arbitros da CBX (publicado em nosso site na aba Legislação) informa as condições para cada promoção.
Ocorrem na sequencia a seguir descrita:
1º - o candidato a arbitro, precisa obter grau 7,0 na prova final de curso Oficial ministrado, no mínimo, por um Arbitro Nacional.
2º - Tendo sido aprovado no Curso, o candidato deve passar por um estagio de arbitragem participando de pelo menos 06 arbitragens..
3º - Após o estagio, a Federação a qual ele é filiado, solicita a sua promoção a Arbitro Auxiliar.
4º - Já como AA por pelo menos 02 anos, e tendo participado em pelo menos 10 arbitragens, alem de outros requisitos, novamente a Federação poderá solicitar a Promoção a Arbitro Regional.
5º - Já como AR por pelo menos 01 ano, e tendo participado em pelo menos 05 arbitragens de eventos FIDE, sendo em pelo menos uma delas o Arbitro Geral, Ter cursado com aprovação o Curso Avançado de Arbitragem de Xadrez, alem de outros requisitos, novamente a Federação poderá solicitar a Promoção a Arbitro Nacional.
Para chegar as Categorias de Arbitro Fide e Arbitro Internacional os requisitos crescem exponencialmente, incluindo ai a participação em um Seminário sobre Arbitragem Internacional no qual, naturalmente, também há uma prova bastante puxada, mas disso volto a falar quando tivermos uns 08 AN aqui na Bahia na boca para serem promovidos a AF.
Relate as principais competições em que você já atuou como árbitro ou diretor do torneio
Aberto do Brasil Cidade de Salvador anos 2009 e 2010. Baiano Absoluto nos anos 2008, 2009 e 2010, Guararapes 2007, 2008. 2009 e 2010, Copa Sigma anos 2009 e 2010, Jebs 2009 e 2010, Jubs 2009 e 2010, Zonal Bahia Sergipe 2010.
E o lado jogador? Eu mesmo já o enfrentei final baiano 2009  você estuda xadrez regularmente?
Estou tentando arrumar um tempo em minha vida para ESTUDAR e ascender da categoria de Ratão à Capivara. Como pode ver, sou muito fraco enxadrista.
Qual o seu conselho para os novos enxadristas baianos ?
Estudo e dedicação. Tratar os adversários sempre com cavalheirismo.
Espaço reservado para as considerações finais e/ou agradecimentos.
Agradeço ao amigo Dennys a oportunidade de expressar opiniões.
A única coisa que eu quero falar neste momento é:
CADÊ OS ENXADRISTAS DA BAHIA?
PORQUE NÃO SE FILIAM?
SERÁ QUE AINDA NÃO ACREDITAM QUE ESTA DIRETORIA TRABALHA SÉRIO PELO DESENVOLVIMENTO DO NOSSO ESPORTE?

OBRIGADO E ATÉ MAIS VER.   WILTER